Com frequência nos deparamos com algum artigo pela internet que garante a “cura” para algum mal, ou dicas para prevenção de doenças. Nem sempre esses artigos são realmente baseados em ciência, então é importante ter cuidado com certas leituras e sempre consultar seu médico de confiança sobre as supostas dicas. Mas este não é o caso desse artigo, que traz algumas das descobertas feitas por pesquisadores ao longo de mais de 25 anos de pesquisa.
O artigo foi publicado na revista associada à Academia Americana de Neurologia e chama a atenção. O estudo foi conduzido por um grupo de pesquisadores da Universidade do Mississipi e traz resultados obtidos ao longo de anos de pesquisa. Para se ter ideia, foram 11.561 voluntários observados ao longo de 26 anos. Uma das principais conclusões do estudo é que alguns hábitos de vida saudáveis contribuem para a prevenção da demência, que é agrupada dentro das chamadas síndromes cognitivas.
A demência é um problema que afeta, segundo dados da Associação do Alzheimer, mais de 1 milhão de pessoas no Brasil atualmente. Em geral, é uma doença sem cura e que não pode ser prevenida por meio de uma vacina, por exemplo. Pessoas que a desenvolvem tem acesso apenas a tratamentos paliativos, que ajudam a atrasar o desenvolvimento da doença, mas não a curam. Exatamente por isso, a descoberta do estudo é tão relevante, principalmente porque se mostrou eficaz também entre pessoas com predisposição genética a desenvolver a doença.
O neurologista Adalberto Studart Neto comentou o artigo dizendo o seguinte, “esse estudo reforça vários outros que já foram apresentados sobre uma série de fatores ambientais que conseguem modificar a possibilidade da enfermidade ou pelo menos postergar em quem tem predisposição genética“. Isto é, outros artigos já haviam apontado que determinados hábitos podem contribuir para a prevenção, mas esse é um estudo ainda mais completo e que confirma muitos desses primeiros.
Sem surpresa, os hábitos associados a prevenção da demência são comportamentos que muitos médicos já defendem para uma série de outros problemas. Principalmente para a cardiologia, por exemplo, não há tanta novidade na lista. O que realmente importa é que se trata de uma pesquisa longa, profunda e encorpada que apresentou resultados confiáveis. Os hábitos defendidos pela pesquisa são: não fumar, praticar exercício físico regularmente, manter uma alimentação balanceada, não estar acima do peso, manter a pressão arterial sob controle, reduzir o açúcar do sangue e manter o controle do colesterol.
Provavelmente você já ouviu alguma dessas sugestões de algum médico ao longo da vida, não é mesmo? Cada vez mais, a ciência tem mostrado que um estilo de vida saudável esta associado a prevenção de uma série de problemas de saúde e, consequentemente, a qualidade de vida no período da terceira idade. Em outras palavras, o que você faz na fase jovem e adulta da vida, vai influenciar a maneira como você vive a fase madura. No caso em questão, a descoberta é muito importante porque se trata de um problema que não tem cura e que compromete a qualidade de vida em uma das fases mais vulneráveis.