É muito provável que você, ou alguém próximo a você, já tenha se queixado da “memória” ruim em algum momento da vida. Não são raros os momentos em que nos sentimos como se estivéssemos com a memória “fraca”, ou desatentos com algo que não deveria ser de tal forma. Enquanto muitos de nós tende a ignorar o problema e apenas continuar com a vida normalmente, muitos passam um bom tempo suspeitando de problemas maiores e podem até mesmo procurar especialistas.
Isso acontece porque nem tudo relacionado a memória é inteiramente compreendido pelos ser humano. Muitas pessoas, por exemplo, podem se lembrar detalhadamente de eventos do passado e não lembrar do que vestiram uma semana atrás. Esse tipo de fenômeno é muito intrigante e pode levar algumas pessoas a se preocuparem. É um exagero procurar um médico? Não necessariamente, mas será que falhas na memória são realmente preocupantes sempre?
Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, e na Bond University, na Austrália, aponta que nem toda falha da memória é uma questão clínica. Na realidade, o que o estudo revelou é bastante surpreende, de diversas formas. O cérebro humano possui aspectos muito complexos e é compreensível que nem tudo tenha sido esclarecido pela ciência ainda. O que o estudo revelou, por exemplo, é que o simples ato de passar por uma porta pode “enganar” o cérebro, causando lapsos, falhas, que vão parecer como uma falha flagrante mas que, na verdade, não são tão graves assim.
Quem nunca passou pela experiência de esquecer, do nada, o que estava pronto para fazer? Exemplo: você esta estudando, levanta para pegar um lápis e, ao chegar no cômodo onde estava o objeto, se esquece o que estava fazendo; depois disso, você volta para a mesa e, ao retomar os estudos, percebe que esquece do lápis. Pareceu familiar? Esse tipo de situação parece tão absurda que leva muitas pessoas a se perguntarem, será que há algo de errado? Pode até ser que sim, mas é provável que não.
Existem muitas maneiras de interpretar essa informação, mas o ato de atravessar portas pode gerar um lapso de memória. Para alguns especialistas, como a psiquiatra Danielle H. Admoni, a questão é a desatenção que uma mudança de ambiente pode causar. Isto é, não necessariamente um lapso associado a “porta”, mas a mudança total de ambiente. Quando você sai de um lugar e vai para o outro, explica a doutora, naturalmente o cérebro tem uma mudança de foco que pode resultar na perda de atenção ao que era sua ação inicial. Consequentemente, existe o esquecimento do que você estava se preparando para fazer. Por outro lado, alguns especialistas também acreditam que a simbologia da porta esteja por trás da quebra de memória. Isto é, passar por uma “porta” pode levar nosso cérebro a acreditar que a ação já foi concluída, causando uma ruptura de pensamento.
No entanto, independente da interpretação para o fato, o estudo ressalta que esse tipo de falha de memória não é necessariamente um indicativo de problema mais sério, como uma doença, por exemplo.