É muito provável que você já tenha ouvido falar em cidades subterrâneas, ainda que apenas na literatura. Existem muitas delas e, ao que tudo indica, um grupo de cientistas encontrou a maior delas. A cidade foi encontrada em Midyat, na Turquia, durante o trabalho de conservação dos pontos históricos. Como descrito em um artigo científico, os cientistas descobriram a cidade de forma acidental, quase “sem querer”.
A cidade de Midyat possui um grande valor histórico e sempre recebe muita atenção nesse aspecto, até mesmo para fins de turismo, afinal a cidade é sempre muito procurada por viajantes de todo o mundo. Foi exatamente durante uma das ações de manutenção das estradas que a entrada da cidade subterrânea foi descoberta. A cidade ganhou o nome de Matiate, que significa, em tradução livre, “cidade da caverna”. O nome é tão literal quanto possível, já que Matiate foi descoberta quando os arqueólogos literalmente tropeçaram na entrada de uma caverna.
O local nunca havia sido documentado antes, então naturalmente os cientistas ficaram animados com a ideia. Mas talvez nem o mais entusiasta deles poderia imaginar a descoberta histórica que estavam prestes a fazer. Matiate se tornou a maior cidade subterrânea do mundo, uma das construções mais complexas e extensas abaixo do nível do mar. O detalhamento sobre as descobertas foram publicadas no site Ancient Origins, que se dedica a esses assuntos.
Um dos fatos que mais chamam a atenção é que a cidade existiu há mais de mil anos, cerca de 1,9 mil anos para ser mais exato. A extensão total da cidade nem sequer foi revelada, para se ter ideia do tamanho. Até o momento, os cientistas acreditam ter descoberto apenas 3% da cidade subterrânea e, ainda assim, já foram muitos os locais escavados. Ao todo, neste momento, os arqueólogos já descobriram 49 cômodos; são salas, corredores, túneis, poços e outros componentes. A estrutura é enorme e, ao que tudo indica, a exploração da área ainda esta longe de acabar.
Os pesquisadores também acreditam ter descoberto a função da cidade, ainda naquele período. Segundo o pesquisador Gani Tarkan, que coordena os estudos, a principal tese é a de que o local servia de rota de fuga para católicos da região. O século II foi particularmente delicado para os cristãos naquela região. Para cristãos daquele período professarem sua fé, na maioria das vezes era necessário esconder. O Império Romano era muito forte na região, mas isso tornava a vida dos cristãos completamente difícil.
Uma das evidências para apoiar a teoria de Gani Tarkan, por exemplo, é que a cidade de Matiate possuiu grandes espaços abertos. Para Tarkan, essa era provavelmente uma área pensada para possibilitar reuniões de pessoas e cultos. Os arqueólogos que estudam o local acreditam que Martiate chegou a ter entre 60 e 70 mil habitantes de uma só vez. Além de tudo isso, a cidade também contava com um elaborado sistema de águas com poços, cisternas e até mesmo sistema de esgoto. Ainda que a cidade tenha existido em um período muito antigo, as escavações mostram um sistema elaborado de construções.