A vacinação é o método mais confiável e seguro de evitar hospitalizações e mortes pela covid-19. Ainda assim, muitos laboratórios tem se dedicado a desenvolver meios de tratamento para a doença. Um desses laboratórios é a Pfizer, que acaba de divulgar resultados impressionantes e promissores sobre seu remédio, que ainda esta sendo testado.
Segundo relatório da farmacêutica, o remédio foi testado em adultos de alto risco de infecção e complicação da covid. Os resultados apontam que o tratamento foi capaz de reduzir em 89% as hospitalizações. Isto significa dizer que o remédio foi capaz de evitar casos graves da doença. A ideia da farmacêutica é a seguinte: ao testar positivo para a doença, o paciente recebe a receita e toma o medicamento em associação com o antiviral ritonavir.
A ideia não é a de evitar a infecção (o que as vacinas fazem), mas reduzir o risco de casos graves e, consequentemente, graves. Os testes foram realizados com 1200 voluntários, cujo um grupo recebeu o tratamento, enquanto outro grupo recebeu placebo. O relatório inicial também mostrou que o tratamento é seguro, isto é, não oferece risco de complicações.
Os resultados são muito positivos, mas ainda dependem de novos testes. Nesse aspecto, o Brasil passa a desempenhar um papel. Segundo informações da CNN, a farmacêutica deu início a fase de testes no Brasil. Neste momento, a combinação de medicamentos já passou por testes in vitro e também por testes em humanos, mas a expectativa é ampliar essa fase de testes.
Esses testes, que também serão realizados no Brasil, são referentes as chamadas “fase 2” e “fase 3” do desenvolvimento da pesquisa. Os resultados obtidos até aqui são muito empolgantes e os pesquisadores não escondem o entusiasmo. Se esse método se provar eficaz em todas as fases de testes, será efetivamente o primeiro “tratamento precoce”.
O medicamento em questão usa um antiviral, a molécula PF-07321332, que é uma inibidora da chamada protease – uma das enzimas que compõem a Sars-Cov-19. Sua ação no organismo humano é a seguinte: ao atacar a enzima do vírus, essa droga é capaz de inibir a reprodução do vírus e, consequentemente, tornar a infeção mais rápida e menos grave. O tratamento deve ter início logo nos três primeiros dias de sintoma, e deve ser feito em combinação com uma dose do Ritonavir, um antiviral já conhecido e usado no tratamento da HIV.
No Brasil, a farmacêutica tem parceria com 29 centros de pesquisa, espalhados por Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Distrito Federal, Ceará, Bahia, Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro. Serão necessários 1800 voluntários para essa nova fase de testes.
Apesar dos resultados promissores, no entanto, especialistas destacam que os medicamentos são apenas mais uma força no combate a doença, mas que não substituem as vacinas. O médico infectologista Valdez Madruga faz o alerta:
O medicamento não substitui a vacina, mas é algo complementar. A vacina é usada em larga escala para prevenir infecções. As vacinas não são 100% eficazes, mas quem foi vacinado geralmente têm formas leves da doença. O medicamento, caso aprovado, formará uma proteção dupla para as pessoas vacinadas