Um grande medo coletivo entre homens é sofrer algum tipo de lesão no pênis. Afinal de contas, além de ser fundamental para a função básica de urinar, o órgão também é aquele que concentra a maior parte da estimulação sexual do homem. Muita gente já deve ter ouvido falar em casos de “pênis quebrado”, o que só aumenta a apreensão.
Na realidade, esse tipo de expressão é um tanto incorreta. É impossível, no português claro, “quebrar” um pênis. O órgão não possui ossos e sua estrutura não permite a quebra, no sentido exato da palavra. No entanto, é possível sim fratura-lo e lesiona-lo, algo que geralmente acontece durante a prática sexual.
Quem já passou por esse tipo de situação geralmente relata constrangimento, medo e um susto geral. Geralmente, os homens passam por essa situação quando o membro, já ereto, acaba sendo “dobrado” de forma inadequada. A dor por ser inexplicável e traumática, embora na maioria dos casos a recuperação acabe sendo plena depois do atendimento médico.
O que aconteceu de inusitado recentemente, e acabou sendo notícia no mundo médico, foi a primeira fratura vertical da história da medicina moderna. Pela primeira vez, um homem conseguiu lesionar seu penis de forma vertical. O caso aconteceu no Reino Unido e virou um artigo publicado no BMJ Case Reports.
O caso foi completamente atípico, embora tenha acontecido durante a relação sexual. Segundo a descrição no artigo, o homem não teve os sintomas “clássicos” de fratura no pênis; ele não ouviu um estalo, não perdeu a ereção imediatamente e não observou um inchaço protuberante. Geralmente, todas essas coisas acontecem, também acompanhadas por uma rolamento da pele no órgão, que se “embola” devido ao rompimento de alguns vasos sanguíneos.
Geralmente nesses casos o diagnóstico é rapido e dispensa a necessidade de exames mais sofisticados, já que os sintomas costumam ser bem claros. No entanto, devido a toda a estranheza da ocorrência, os médicos pediram um exame de ressonância e confirmaram que o homem não tinha um rasgo horizontal ou transversão, mas sim vertical. O rasgo tinha cerca de três centímetros e estava totalmente vertical, algo que a literatura médica jamais viu.
“Em julho de 2020, uma revisão da literatura PubMed confirmou que todos os casos documentados na língua inglesa relatam uma fratura ‘transversal’ da túnica albugínea” escreveram os participantes da pesquisa, que também destacaram o pioneirismo do episódio, “por sua vez, apresentamos o primeiro caso documentado de fratura vertical do pênis, confirmada por ressonância magnética, sustentada por um homem de 40 anos durante relação sexual”.
Lesões e fraturas penianas precisam ser levadas a sério e sempre tratadas como emergências médicas. São casos que costumam ser solução, ainda que necessitem de cirurgia, mas que os especialistas destacam ser importante o tratamento nas primeiras 24 horas. Sem tratamento adequado, pode levar a disfunção erétil. No caso em questão, o paciente precisou passar por cirurgia e foram precisos 6 meses para voltar a ter atividade sexual, que foi acompanhada pelos médicos e descrita como igual ao que o homem tinha antes da fratura.