A ciência esta sempre em constante evolução e é graças a isso que sempre estamos entrando em contato com novos medicamentos, novas vacinas, novos tratamentos… Mas uma das doenças que sempre desafiou a ciência e, por anos, foi “vencedora” na briga é o câncer.
Hoje a ciência já conseguiu evoluir bastante e é capaz de compreender o funcionamento do câncer. Como a doença evolui, como afeta o corpo e como pode ser combatida. No entanto, a medicina ainda tenta descobrir as respostas para outras perguntas. Por exemplo, por que uma pessoa desenvolve câncer? Quais fatores colaboram ou resultam em câncer?
Os tratamento contra o câncer que existem hoje esbarram em dois problemas principais: o número de mortes, que ainda é alto, e a agressividade. A maioria dos diagnósticos de câncer são submetidos a tratamentos de: cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. As vezes apenas uma dessas opções, as vezes uma combinação delas.
Outro problema no qual a ciência ainda esbarra são os casos em que o paciente é considerado curado, mas anos depois volta a desenvolver câncer. Um outro problema ainda é a dificuldade em diagnosticar os quadros com antecedência, já que o diagnóstico precoce aumenta a taxa de sobrevivência dos pacientes.
O câncer de mama é um dos tipos de câncer mais investigados pela ciência. No Brasil, o protocolo de exames ginecológicos disponibilizados pelo SUS oferece uma boa estratégia para diagnósticos precoces, com os exames de preventivo e mamografia. No entanto, a doença ainda costuma ser violenta para milhares de mulheres todos os anos.
Um novo estudo traz esperança nesse sentido, com a descoberta de uma nova droga que apresentou resultados 100% eficazes durante os testes com ratos. O estudo foi publicado na Science Translational Medicine, e foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Illinois Urbana-Champaign.
Estudo promissor
No estudo, os pesquisadores delineiam um novo composto que tem como alvo direto as células humanas metastáticas do câncer de mama e todas as suas metástases (crescimentos secundários ao redor do corpo como resultado da disseminação do câncer) em camundongos, resultando em regressão quase completa do tumor.
Eles esperam que o novo composto abra uma nova linha de investigação para deter e destruir a forma agressiva do câncer, potencialmente desenvolvendo uma nova classe de drogas anticâncer que poderiam finalmente combater a metástase.
O câncer de mama positivo para receptor de estrogênio metastático (ERα) é especial porque utiliza o estrogênio como meio de crescimento. Como tal, as terapias atuais visam esgotar o estrogênio nos corpos das pessoas afetadas – interromper a fonte de “alimento” e o câncer não pode crescer fora de controle. Infelizmente, os cânceres ERα têm uma tendência de obter mutações que permitem contornar essa limitação e continuar a crescer, tornando-o muito mais difícil de tratar e incrivelmente mortal.
Para combater isso, os cientistas adotaram uma abordagem alternativa e criaram um novo composto chamado ErSO. ErSO é uma pequena molécula que não compete com o estrogênio, como outras drogas disponíveis e, em vez disso, ativa uma via nas células cancerosas ERα para iniciar a morte celular (chamada de resposta proteica desdobrada).
Quando injetado em camundongos, o ErSO resultou na regressão completa do câncer de mama, incluindo células que eram conhecidas por transportar mutações, tornando-as resistentes a outros tratamentos. Além disso, dentro de 7 dias após a injeção, as metástases no pulmão, osso e fígado foram erradicadas, sugerindo que o composto não é apenas bom em destruir grandes tumores, mas também remover quase inteiramente o câncer do corpo.