Ciências

Telescópio mais poderoso que James Webb esta para ser lançado

Em dezembro do ano passado, a Nasa, a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Canadense se uniram para o lançamento do Telescópio Espacial James Webb. O lançamento foi um tremendo sucesso e o telescópio logo foi reconhecido como o mais poderoso de todos os tempos. Essa é uma máquina de potencial absurdo, que consegue um alcance jamais visto na história da ciência espacial. Mas pode ser que o título de telescópio mais poderoso da história esteja um pouco ameaçado.

Isso porque um projeto bastante ousado esta em vias de ser finalizado – e tem dedo brasileiro nele. Mas vamos por partes. O Brasil se uniu aos Estados Unidos, Chile, Coréia do Sul e Austrália, para o desenvolvimento de um novo telescópio que ficará instalado na América do Sul. O Telescópio Gigante Magalhães (GMT) conta com uma estrutura imensa e terá alojamento fixo no Observatório Las Campanas, no Deserto do Atacama, no Chile.

Um projeto dessa magnitude naturalmente tem números impressionantes. Para se ter ideia, a previsão de conclusão é de 10 anos. O começo das obras foi em 2015, sem contar o período de elaboração, e ainda deve ser estendido até 2025. O orçamento total do projeto é de expressivos U$1 bilhão, dos quais US$ 205 milhões acabaram de ser adicionados. O programa conta com financiamento coletivo, onde grande parte do dinheiro vem dos EUA.

Existem muitas diferenças entre os dois telescópios, mas numa comparação direta o GMT terá uma potencial maior que o Webb. Em partes, um dos motivos para isso é a localização de cada um desses observatórios. O Webb é um telescópio espacial e isso gerou limitações ao projeto; enquanto isso, o Gigante Magalhães será um telescópio terrestre e, por conta disso, seu projeto pode ser muito maior, muito mais amplo. Com isso, o resultado final do telescópio sul-americano será maior em todos os aspectos ao telescópio Webb.

Ainda não existe uma data para quando o GMT vai entrar em funcionamento, mas a previsão é de que isso aconteça pelo fim da década. O fim das obras estão previstas para o fim de 2025, mas isso não significa que será colocado em funcionamento. A última rodada de investimentos acaba ade ser injetada e isso deve servir para acelerar as obras. O GMT tem uma grande antecipação pela comunidade científica, especialmente porque terá a maior potência de telescópios já colocados em operação na história do mundo.

E quando o assunto é Gigante Magalhães, a notícia é muito boa para o Brasil. Por estar envolvido na elaboração do projeto, o país terá também assento garantido no conselho do Consórcio. O Brasil entrou no projeto principalmente por meio de aporte do governo do estado de São Paulo. Para se ter ideia, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), responsável pelo aporte de US$ 45 milhões – na última rodada, de US$ 205 milhões. Isso garantirá a cientistas associados da Fapesp a chance de “usar” o telescópio também de forma exclusiva. O Instituto de Ciência Carnegie, da Universidade de Harvard, da Universidade do Texas em Austin, da Universidade do Arizona e da Universidade de Chicago, são outras instituições de pesquisa que integram o projeto.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]