Em sua segunda semana de duração, a invasão russa ao território ucraniano segue acontecendo e impressionando o mundo. Não existe nenhum lugar no mundo onde a guerra não tenha se tornado assunto, afinal de contas não se trata de um assunto tão regional quanto parece. A guerra pode levar a repercussões globais, principalmente se envolver outros países. A situação vivida pela população ucraniana, e estrangeiros que vivem no país, é desesperadora e causa angústia em todo o mundo.
A Rússia é um país com mais que o triplo da extensão territorial da Ucrânia, um arsenal militar expressivamente maior também e domínio de algo que apavora o mundo inteiro: armas nucleares. A Ucrânia (que, a nível de compreensão, tem o tamanho do estado de Minas Gerais; enquanto a Rússia consegue comportar 3 vezes o Brasil) resiste da maneira que pode, mas vive com o medo de que os esforços possam ser em vão.
Com suas ações, a Rússia tem gerado uma onda de reações de todo o mundo. Não são poucas as sanções e, mais do que isso, a opinião pública sobre o país e seu atual governo segue tomando um rumo cada vez mais negativo. Ninguém consegue ignorar a guerra, as mortes e a destruição. A Rússia já afirmou, inclusive, que a guerra só acaba com a rendição ucraniana. Agora, o país exige a retirada das armas nucleares mantidas pelos EUA em território europeu – um número de cerca de 100 armas, segundo a Rússia.
Com a clara intenção da Rússia em não recuar enquanto não derrubar o governo ucraniano, era difícil imaginar um cenário onde os dois governos concordassem em algo. No entanto, a segunda rodada de negociações de representantes dos dois países parece ter trazido uma esperança. Rússia e Ucrânia concordaram em abrir o que é chamado de “corredor humanitário”. O que isso significa?
Com essa decisão, os dois países determinam áreas do país atacado, no caso a Ucrânia, onde passa a ser proibida a ação de soldados, além de bombardeios ou outros tipos de ataque. O nome não é aleatório, porque se tratam mesmo de áreas, como se fossem corredores, de segurança para que civis deixem a área bombardeada. O acordo parece pequeno, mas demostra que os governantes dos dois países estão abertos a negociar.
Mas, ao mesmo tempo, especialistas apontam que a prática dos corredores humanitários podem servir a estratégia do país invasor, porque facilita a desocupação de áreas civis e que poderiam trazer problemas para uma eventual dominação. A história recente desse tipo de prática mostra que se trata de um acordo que traz esperança, mas que é muito frágil.
Segundo um levantamento da ONU, o conflito no território ucraniano já causou a fuga de mais de um milhão de pessoas. A Organização aponta um milhão de refugiados e o número continua crescendo todos os dias. A população foge para países vizinhos, na esperança de encontrar refúgio ou conseguir viajar para outro país, onde tenha família ou melhores condições de se reestabelecer.
A situação no país causa medo e insegurança porque não existe nenhuma previsão de quando os conflitos vão terminar. E, mesmo depois de encerrada a guerra, a Ucrânia ainda vai levar meses, talvez anos, para se reconstruir. Além disso, fora a reconstrução material, os danos de uma guerra permanecem emocionalmente na população afetada. O “corredor humanitário” pode ser uma garantia para que essas pessoas consigam sair do país com calma e segurança.