Animais

Por que cães pequenos tem temperamento tão agressivo?

Muito provavelmente você já deve ter ouvido, ou até mesmo feito, alguma brincadeira sobre o temperamento de cães pequenos. Isso porque muitas das raças de pequeno porte tem a fama de briguentas e agressivas, como: pinschers, chiuauas ou bacês, por exemplo. Por causa do tamanho, eles dificilmente vão oferecer um verdadeiro risco a vida de uma vítima humana, mas os transtornos podem ser muito facilmente provocados.

Existem muitos especialistas que dão dicas de como trabalhar o temperamento do cão durante a criação, para evitar o estímulo involuntário de tendências mais agressivas e incentivar um comportamento mais dócil e disciplinado. No entanto, a maioria das pessoas acaba criando esses animais de forma leiga e aí… sofre com o temperamento dos cãezinhos depois de adultos.

O QUE DIZ A CIÊNCIA?

Existem pesquisadores se dedicando a tentar entender porque essas raças, e outras, tem tanta tendência a serem ferozes. Pinschers tem uma fama péssima, apesar de pequeninos, por exemplo. O que influencia no temperamento dos cães? Existe uma corrente que acredita que a evolução dessas raças foram “cruzadas” para adquirem essa características. Outra corrente tenta explicar que o temperamento se deve a questões genéticas. As pesquisas, embora diferentes, tem um ponto de convergência.

ANÚNCIOS

Uma pesquisa de 2016 conseguiu isolar nesses animais genes associados a ansiedade e medo. Isso significa dizer que a maioria desses cães pequenos acabam se tornando agressivos pela máxima clássica: a melhor defesa é o ataque. Por serem muito medrosos e ansiosos, acabam acreditando que tudo ao seu redor pode ser uma ameaça e, então, parte para o ataque.

Já por outro lado, o processo histórico de domesticação de cães pode ter também uma grande influência. Pesquisadores acreditam que os humanos sempre priorizaram domesticar cães de grande porte com baixa tendência a agressividade, enquanto que, ao mesmo tempo, não se preocupavam tanto com os cães de porte pequeno. Por serem pequenos e teoricamente não oferecerem risco, esses animais não sofreram uma “seleção artificial” que eliminasse aquelas raças mais agressivas.

ANÚNCIOS

Se a seleção artificial (humana) teve influência, a natural teve ainda mais. Apenas imagine o seguinte: cães pinschers são pequenos, podendo ser realmente quase miniaturas. Esses animais são naturalmente mais vulneráveis ao ambiente ao seu redor, porque não conseguem se defender de todas as ameaças. Sendo assim, para sobreviver, é provável que eles tenham desenvolvido essa postura feroz, na tentativa de espantar a ameaça antes que ela se aproxime. Cães maiores não precisavam ter a mesma preocupação já que, com seu tamanho, já conseguiam espantar um bom número de ameaças.

Essas são apenas algumas linhas investigativas e leva em conta apenas raças de cães que conhecemos. Outros pesquisadores também se dedicam a entender o fenômeno dos cães sem raça definida, os chamados vira-latas. Esses animais estão presentes em muitas regiões do mundo mas são notadamente uma realidade sensível no Brasil. Por exemplo, em algumas publicações você pode encontrar a expressão “vira-lata caramelo” sendo referida como uma raça legítima. O estudo sobre cães, portanto, pode solucionar e elucidar algumas das questões mais curiosas.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]