Nem sempre é fome, mas você provavelmente já deve ter percebido que em muitos momentos se sente em busca de algo para “beliscar”. Geralmente optamos por lanches pouco nutritivos e, em muitas vezes, prejudiciais para a saúde. Embora seja uma prática comum, é uma questão que sempre permeia a cabeça dos mais curiosos: se não estamos com fome, então por que estamos sempre em busca de algo para mastigar?
Existem ainda, o que é tão curioso quanto, casos em que você se sente legitimamente faminto. Você acabou de fazer uma refeição e depois se dedicou a alguma outra atividade. Cerca de uma hora depois, esta com fome de novo e rodando pela casa, pensando em qual vai ser o próximo belisquete.
Se você já se perguntou sobre esse assunto, saiba que você não é o único. Pesquisadores se dedicam há anos a tentar decifrar esse mistério, o que já foi capaz de nos trazer algumas revelações interessantes. Talvez você já tenha suspeitado, então essa será apenas uma confirmação, mas essa é uma questão fisiológica e nem tanto comportamental.
Para começar, é importante entender o que são as orexinas (porque elas desempenham um papel muito importante). Essas são proteínas criadas por algumas células nervosas, os famosos neurônios, do hipotálamo. Esta é uma área do cérebro muito importante para diversos aspectos, inclusive para a regulação da fome. Mas a grande protagonista da história são as orexinas.
Como as orexinas podem influenciar nessa questão?
As orexinas, segundo os especialistas no assunto, se relacionam diretamente com os níveis de estresse do organismo. Para a ciência, essa é uma proteína que ainda precisa ser amplamente estuda, principalmente porque os indícios são de que ela esta relacionada a muitos fatores, inclusive a doenças de saúde mental, como depressão e transtornos de ansiedade.
De forma geral, as orexinas se relacionam com muitos outros mecanismos do organismo e isso gera uma questão muito importante no nosso hábito alimentar. O que acontece, segundo pesquisas, é que a orexina acaba nos levando a tentar compensar pelo estresse e uma das maneiras de conseguir isso é através da comida. Nosso corpo acaba entendendo a alimentação como “recompensa”.
Por conta disso, mesmo depois de fazer uma boa refeição, é provável que seu corpo te envie sinais de que você ainda não esta satisfeito. O problema real, no fim das contas, é que quanto mais você come, melhor o prazer e, sem querer, você se envolve em vida lá fora.
A relação entre hormônio com aspectos de saúde, especialmente saúde mental, é sabida pelos médicos há longo tempo. Para se ter ideia, a orexina esta associada a problemas de depressão e ansiedade. Sendo assim, ela acaba interagindo com a comida de forma compensatória. Quando comemos algo, sentimos prazer e isso acaba sendo lido pelo nosso cérebro como uma recompensa. Para repetir sempre a sensação de prazer, acabamos sempre em busca de algo para “beliscar” e garantir o sentimento. Exatamente por isso, este é um hormônio também associado a transtornos alimentares, como anorexia e bulimia.