Ciências

Porcos e roedores conseguem respirar pelo reto e você deve saber disso

De tempos em tempos, cientistas fazem descobertas capazes de deixar muita gente desconcertada. Esse pode ser exatamente um desses casos e talvez você saia daqui um pouco constrangido, pensando em como veio parar aqui. Mas calma, as informações são estritamente científicas.

Como todos sabemos, a pandemia da covid-19 já dura mais de um ano e, em alguns lugares do mundo, não existe nenhuma previsão de quando as coisas poderão “voltar ao normal”. Os danos são muitos! O Brasil, por exemplo, se aproxima de 500 mil mortes. Além disso, a pandemia afeta a saúde mental, o desenvolvimento escolar, a segurança alimentar, o desemprego… o Brasil vive o caos.

Em outros países do mundo, como Nova Zelândia, por exemplo, a pandemia já esta mais controlada. Além de serem países mais apoiados em ciência, eles também investiram em vacina.

Por que falar de pandemia em uma matéria sobre retos? Acontece que uma pesquisa foi desenvolvida partindo do princípio de que a pandemia expôs a escassez de respiradores em todos os lugares do mundo. Em vários hospitais pelo mundo médicos denunciaram estar tendo que escolher quem seria intubado.

A DESCOBERTA

No novo estudo, cientistas descobriram que alguns mamíferos são capazes de respirar pelo intestino. Isso mesmo, o processo poderia ser reproduzido por via retal. Os mesmos cientistas acreditam que os humanos se incluem na lista.

Curiosamente, essa não foi a primeira vez que o assunto foi tratado cientificamente. Durante as décadas de 50 e 60, um grupo de estudiosos tentou descobrir se os mamíferos teriam condições de “respirar” pelo intestino, mas os resultados foram considerados inconclusivos.

Agora, com novas tecnologias e descobertas, o assunto voltou a mesa e os pesquisadores acreditam que, é possível que a administração de oxigênio através do reto possa ser incorporada a tratamentos para tentar ajudar a salvar a vida de humanos que sofrem de problemas respiratórios.

A pesquisa foi publicada na revista científica MED e vem sendo tratada como importante por vários fatores. Imagine que um paciente entre em falência respiratória e os estímulos pulmonares por via bocal já não surtam mais efeito. Essa nova descoberta é vista como uma potencial alternativa.

Até o momento, as pesquisas focaram apenas em ratos e porcos. Mas os pesquisadores acreditam que o mesmo deve ser observado em humanos.

A PESQUISA

Os autores do estudo removeram a fina camada de muco que reveste o intestino de camundongos, a fim de permitir a difusão aprimorada de oxigênio através das células epiteliais. Eles então colocaram os roedores em um ambiente com pouco oxigênio, o que fez com que todos os animais morressem em 11 minutos.

No entanto, quando os pesquisadores entregaram o gás oxigênio diretamente no ânus dos camundongos, três quartos dos animais conseguiram sobreviver dentro da câmara por 50 minutos.

Repetindo o experimento em camundongos que não tiveram sua camada mucosa intestinal removida, os autores notaram uma melhora significativamente menor nas taxas de sobrevivência, com os roedores permanecendo vivos por uma média de 18 minutos.

É natural que ainda sejam necessárias muitas novas pesquisas para que essa descoberta um dia se torne praticável em humanos, mas já são um grande passo para a comunidade médica.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]