A China acaba de entrar para a história como terceiro país do mundo a enviar, com sucesso, um astromóvel em terras marcianas. O pouso foi confirmado hoje e mostra que o país tem tido sucesso em seus investimentos espaciais.
Até esse momento, apenas as agências espaciais dos Estados Unidos e União Soviética já tinham sido capazes de realizar o feito. Agora, a Agência Espacial Chinesa (CNSA) entra na história e pretende ir além. O rover batizado de Zhurong chegou hoje ao planeta vermelho e deve colher informações.
O rover é parte de um projeto ainda maior, batizado de Tianwen-1, lançado em julho de 2020. Em fevereiro, a sonda chegou a superfície marciana e vinha sendo usada desde então. Agora, os pesquisadores chineses terão maior liberdade para explorar o planeta. A China conta com a presença de um satélite, que permanecerá orbitando ao redor do planeta e serve de acesso ao rover.
O nome do rover foi escolhido em consulta aberta pela CNSA, que contou com a votação de internautas. O nome Zhurong faz referência a uma lenda chinesa sobre o “deus do fogo”. O nome faz sentido considerando que marte, em chinês, significa “estrela de fogo”.
A tecnologia envolvida no rover chinês é realmente impressionante. Além de funcionar a base de energia solar, o Zhurong tem capacidade de analisar o solo até 100 metros abaixo da superfície. Mas não para por aí! O Zhurong possui uma câmera conhecida como “multi-espectral”, capaz de captar luzes violetas, infravermelhas, invisíveis e visíveis. O Zhurong tem ainda capacidade de medir a composição de rochas, através de um espectrógrafo infravermelho, pode analisar a meteorologia local e detectar campos magnéticos.
A agência espera que o rover consiga explorar o país por pelo menos 92 dias, mas não seria de se assustar caso esse período durasse muito mais. Para se ter ideia, o rover lunar chinês Yutu 2 já esta há cerca de 862 dias explorando a lua, mas a sua estimativa inicial era de 82 dias.
QUEM JÁ POUSOU EM MARTE?
Ao longo da história, Estados Unidos e União Soviética conseguiram pousar robôs não tripulados em solo marciano. A União Soviética conseguiu o feito ainda nos anos 70, mas não durou muito. Pouco depois de pousar, o rover perdeu conexão com a agência.
Já os Estados Unidos teve recentemente, já nos anos 2000, seu próprio rover. O curioso é que o rover americano captou imagens do rover soviético em terras marcianas, já desativado há décadas.
A exploração espacial atualmente se concentra muito entre as três principais agências globais: EUA, Rússia e China. A terceira nação acaba de entrar para a história e demostra também que vai continuar investindo pesado na corrida.
Apesar de serem de grande valia para todo o mundo, as conquistas espaciais são também uma demonstração de poder e ciência. Não à toa, as principais economias do mundo tradicionalmente são quem mais se esforçam nesse sentido, “batendo cabeça”.
A missão chinesa pretende levantar dados sobre o clima, o solo e as condições do planeta vermelho. Imagens e vídeos também devem ser registrados pelo rover.