Você provavelmente sabe que uma boa noite de sono faz maravilhas pela nossa saúde, certo? Estudos apontam o quanto uma boa noite de sono influencia na saúde física, mental e emocional do ser humano. Não é segredo, por exemplo, que nosso corpo passa quase que por um processo de “reset” enquanto nós dormimos. E o que isso significa? A qualidade do nosso sono é fundamental, o que não necessariamente fala sobre a quantidade do sono.
Quantas vezes você já teve um mal-estar, por exemplo, e alguém te aconselhou a deitar e descansar um pouco? E quantas vezes, depois desse cochilo, você acordou revigorado? O sono é muito importante, mas é fundamental encontrar um equilíbrio nas horas dormidas. Quando você dorme demais, vai encontrar problemas; mas, ao mesmo tempo, se dorme “de menos”, vai encontrar problemas. Por isso, se trata de algo pelo que é necessário encontrar equilíbrio.
Por que você “descansa” quando sente um mal-estar? Em geral, porque deduz que dormiu pouco nos últimos dias e seu corpo esta pedindo uma recarga. Mas quando esses cochilos não são por falta de sono? Quando você percebe que esta dormindo em excesso ao longo do dia, então é hora de acender um alerta e começar a prestar mais atenção. São muitos os problemas que podem estar associados a essa necessidade excessiva de descanso, como anemia e infecções, por exemplo. Mas o excesso de sono também pode ser um indicativo de algo mais delicado.
Um estudo recentemente publicado no Alzheimer’s and Dementia aponta a correlação entre o excesso de sono e os sinais da doença. O excesso de cochilos ao longo do dia pode ser um precursor para o desenvolvimento da condição neurológica, juntamente com uma pior cognição mais tarde na vida, segundo o estudo. É verdade que pesquisas nesse campo frequentemente esbarram em conclusões contraditórias, o que pode ser um desafio.
Foi investigando a relação entre distúrbios neurológicos associados a idade, e o próprio envelhecimento, com o sono prolongado, que pesquisadores da Universidade da Califórnia encontraram novos resultados. Os cientistas contaram com 1401 voluntários, com idade média de 81 anos, e puderam comparar dados. Cada indivíduo usava um dispositivo de actigrafia semelhante a um relógio de pulso que mede o sono e compareceu às consultas de acompanhamento até 14 anos depois.
Os resultados descobriram que os adultos mais velhos tendem a cochilar mais e com mais frequência com a idade, mas que o Alzheimer dobrou a taxa em que os cochilos aumentaram à medida que envelhecem. Cochilos diurnos longos e frequentes eram um indicador de demência de Alzheimer e também pior cognição um ano depois, e a relação era bidirecional – aqueles que cochilavam mais eram mais propensos a ter pior cognição, e aqueles com pior cognição eram mais propensos a cochilar mais no próximo ano.
Embora todos tenham apresentado um aumento na quantidade de cochilos ao longo do dia, a proporção chamou a atenção. Em média, para pessoas que não desenvolveram comprometimento cognitivo ou demência de Alzheimer, o cochilo aumentou 11 minutos por dia. Aqueles diagnosticados com comprometimento cognitivo leve aumentaram seus cochilos em 24 minutos, enquanto aqueles diagnosticados com Alzheimer aumentaram seus cochilos em impressionantes 68 minutos, quase o triplo do grupo com deficiência.