Annie Jacobsen conta a história do topo de uma base em Nevada que guarda um segredo altamente legível sobre boatos de OVNIs e alienígenas.
É irônico que um livro pareça puxar para trás a cortina de décadas de teorias de conspiração sobre UFOs e a infame Area 51 de Nevada.
O livro é o Área 51: “Uma história sem censura da base secreta dos Estados Unidos” escrito pela jornalista Annie Jacobsen. Ela teve um acesso sem precedentes aos ex-trabalhadores do local, que encheram seus cadernos com detalhes sobre os atos secretos (alguns agora não classificados) sobre explosões de bombas atômicas para a busca por aviões de alta altitude.
O trabalho está profundamente pesquisado e documentado através de uma colcha de retalhos de relatórios desclassificados. Jacobsen converteu todo o material em uma história altamente legível que é um sonho para a aviação militar, repleto de histórias e personagens que construíram suas carreiras em grande parte entre os governo dos EUA e em operações tão secretas que até mesmo as esposas dos participantes não sabiam o que eles faziam para viver.
Há também descrições de refrigeração nas explosões atômicas, que nos anos após a Segunda Guerra Mundial se tornaram uma espécie de atração turística de Las Vegas, quando as pessoas se aglomeravam para ver o cogumelo crescer acima do horizonte. Jacobsen escreve convincentemente sobre os testes do governo dos EUA, desde o poder das explosões aos efeitos sobre as criaturas vivas (seres humanos e animais).
Mas o mais suculento – e mais problemático – assunto do livro vem no final. Durante décadas, os crentes de OVNIs e teorias da conspiração têm lutado com a história de uma máquina voadora, encontrada perto de Roswell, NM, em 1947. Não há necessidade de relatar todas as teorias aqui, pois Jacobsen diz que ela tem a resposta.
Jacobsen afirma, baseado em entrevistas com o último membro sobrevivente de uma equipe de cinco homens, que trabalhou no projeto, que o disco voador deu marcações em russo. Os corpos recuperados (dois ainda estavam vivos, mas em coma irreversível) foram os das crianças, de cerca de 13 anos, que segundo rumores haviam sido terrivelmente transfiguradas pelo médico nazista Josef Mengele, cujas experiências médicas grotescas utilizavam os judeus, os ciganos, os gêmeos, anões, as vítimas com deficiência mental, entre outras.
Segundo Jacobsen, o líder soviético Joseph Stalin tinha feito um acordo com Mengele para fornecê-los como “aliens”, em troca Mengele teria um laboratório e refúgio na Rússia a partir de processos pós-guerra. Stalin teve seus aliens, mas renegou o refúgio a Mengele, fazendo com que ele desaparecesse na América do Sul.
Jacobsen não oferece nenhum outro material de apoio, o que não é nenhuma surpresa dado o quão profundamente o projeto foi classificado. Isso, naturalmente, fornece o elemento chave de qualquer conspiração – a incapacidade de encontrar provas.
Jacobsen também cita a sua fonte como dizendo que o governo dos EUA realizou seus próprios experimentos imorais em humanos na Área 51.
Mas o problema com a apresentação do livro de Jacobsen é que ele é muito fino, contando apenas com uma única fonte.
Em última instância, Jacobsen nos apresenta ainda uma outra teoria. É um final infeliz para um livro que apresenta um olhar envolvente sobre o mundo secreto no deserto de Nevada.
Fonte:
La Times