Os Fatos:
Uma má alimentação, a falta de exercícios, o excesso de peso e a genética são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Mas uma nova linha de pesquisa sugere que, em alguns casos, pode haver um contribuinte surpreendente: a bactéria do estômago conhecida como Helicobacter pylori.
As pessoas que adquirirem essa bactéria – geralmente na infância – estão em maior risco de apresentarem úlceras e câncer gástrico. Mas a bactéria também pode afetar dois hormônios digestivos envolvidos na fome e na saciedade.
A crença é que a bactéria aumente os níveis de grelina, o “hormônio da fome”, que é conhecida por promover ganho de peso. Ao mesmo tempo, a H. pylori pode diminuir os níveis de leptina, “o hormônio da saciedade”, o que reduz o apetite e promove a queima de calorias.
Em um estudo publicado no “The Journal of Infectious Diseases”, os pesquisadores analisaram mais de 13.000 pessoas. Os dados mostraram que pessoas que tinham H. pylori em seus sistemas também apresentaram níveis mais elevados de um composto considerado um forte preditor de diabetes e síndrome metabólica, o que inclui hipertensão arterial, açúcar elevado no sangue e um excesso de gorduras em determinadas regiões da corrente sanguínea.
Em outro estudo recente, na revista “Diabetes Care”, os cientistas da Universidade de Michigan analisaram amostras de sangue de 782 adultos, de 1998 a 1999. Os cientistas procuravam uma ligação entre várias infecções crônicas e diabetes tipo 2, e encontraram apenas uma: as pessoas que tiveram H. pylori em seus sistemas tinham quase três vezes mais chances de desenvolver diabetes do que aqueles que não a tinham.
Os cientistas que estudam essa ligação dizem que mais pesquisas são necessárias. Mas o tratamento da H. pylori, dizem eles, pode um dia ser uma forma de controlar ou prevenir o diabetes tipo 2 em algumas pessoas.
Conclusão:
Uma bactéria que provoca úlceras também pode aumentar o risco de diabetes.
Fonte: NyTimes.com.