Ciências

Variante indiana da covid-19 tem sintomas diferentes; fique atento

A OMS decidiu adotar letras do alfabeto grego para nomear as variantes da covid-19, a fim de torna-las mais facilmente assimiladas pela população em geral e ajudar na disseminação de informações verdadeiras e científicas. Até o momento, parece que a decisão tem sido acertada. A variante “Delta” é a variante antes conhecida como indiana.

As variantes da covid nada mais são do que o vírus após sofrer mutação. Antes, as variantes estavam sendo popularizadas com o indicativo de onde teriam se desenvolvido. Exatamente para evitar expressões como “variante indiana”, “variante brasileira” e assim por diante, que involuntariamente acabam reforçando certos preconceitos e estereótipos, agora é preciso estar atento as variantes através do alfabeto grego.

O que cientistas descobriram agora sobre a variante Delta tem deixado todos um pouco surpresos. Acontece que, ao que tudo indica, esta variante se manifesta por sintomas um pouco diferentes daqueles conhecidos como “clássicos” da covid-19. As informações são do Zoe COVID Symptom study.

Os três principais sintomas observados em uma infecção típica por COVID-19 são febre, tosse e perda de paladar ou olfato. No entanto, os sintomas mais comumente relatados de pessoas infectadas desde maio de 2021 parecem ser dor de cabeça, dor de garganta e coriza. A perda de paladar ou olfato – antes considerada um sintoma facilmente identificável de COVID-19 – não está mais entre os 10 sintomas mais comumente relatados.

O professor Tim Spector, epidemiologista genético do King’s College London que dirige o estudo Zoe COVID Symptom, diz que a mudança nos sintomas relatados é provavelmente devido à crescente proeminência da variante Delta, que recentemente se tornou a cepa mais dominante do Reino Unido.

O professor Spector explicou que pegar a variante Delta pode ser “mais parecido com um forte resfriado” para jovens saudáveis. No entanto, outros ainda apresentam alto risco de adoecer gravemente com a infecção. “As pessoas podem pensar que acabaram de pegar algum tipo de resfriado sazonal e ainda vão a festas e podem espalhar para outras seis pessoas”, continuou ele. Para o professor, esse é um grande ponto do problema.

Com os sintomas da variante Delta, as pessoas perderam o referencial da covid, que até então era a falta de paladar e olfato. Sendo assim, acabam se confundindo mais facilmente com outros transtornos respiratórios, como resfriados mais simples. Convencidos de que pode ser apenas um resfriado as pessoas tomam menos precauções. Associado a isso, a falsa sensação de segurança em países onde a vacinação esta mais avançada também colabora para que as pessoas abram mão de certos cuidados.

A variante Delta é considerada hiperinfecciosa e provavelmente mais grave do que seus parentes. A variante original tinha um R0 de cerca de três, o que significa que uma pessoa infectada infectaria três outras pessoas em média em condições normais, enquanto a variante Delta tem um R0 de seis, o que significa que é efetivamente duas vezes mais transmissível que a variante original. A análise das taxas de internação hospitalar sugeriu que as pessoas infectadas pela variante Delta têm duas vezes mais probabilidade de serem hospitalizadas do que aquelas com a variante Alfa, identificada pela primeira vez no Reino Unido.

Sobre o Autor

Roberta M.

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