Admita, quantas vezes você olhou para o óleo de cozinha e pensou em como seria legal se ele pudesse ser usado como combustível? Essa não é uma ideia nova, muito pelo contrário. Na verdade, existem pessoas que já conseguiram inventar gambiarras para que seus carros particulares funcionassem a base de óleo de cozinha. O problema disso, no momento, é que o motor dos carros não é preparado para isso e o que acontece são danos ao funcionamento do veículo.
Mas e se o veículo for próprio para isso? Já imaginou um motor projetado para funcionar a base de óleo de cozinha? Isso poderia ser realmente revolucionário, especialmente tendo em vista que o óleo de cozinha é geralmente descartado de forma inapropriada. Imagine usar esse óleo já usado para fazer um veículo funcionar? Imaginou? Então saiba que não é nem necessário imaginar, já que isso se tornou uma realidade.
A Airbus é uma das maiores empresas de aviões do mundo e é deles o A380, que realizou um bem-sucedido voo com o combustível a base de óleo de cozinha. O modelo faz parte de uma iniciativa da empresa que busca alternativas mais sustentáveis para a aviação. A iniciativa procura diminuir a emissão de carbono na atmosfera, geralmente um problema comum as aeronaves mundo à fora.
É verdade que ainda falta muito para que a iniciativa possa ser colocada em prática em larga escala. Ainda assim, o feito mostra que é possível, embora claramente ainda sejam necessários alguns acertos. O combustível que permitiu o voo do avião não é oleo usado de cozinha cru, vale ressaltar. Na verdade, o óleo de cozinha é um dos componentes do composto químico que promete uma queima de combustível mais ecológica.
De um ponto de vista mais racional, é provavelmente impossível que algum tipo de combustível seja 100% ecológico. No entanto, esforços como esse visam reduzir ao mínimo possível os impactos ambientais de algumas coisas das quais já não somos mais capazes de abrir mão. Viagens aéreas já são parte da vida moderna e dificilmente seria uma tecnologia da qual o ser humano estaria disposto a abrir mão. Exatamente por isso, é algo que precisa receber cada vez mais atenção para que ideias como essas possam representar uma esperança.
Sobre o voo, o feito aconteceu no último dia 25 de março. O avião fez cumpriu o trajeto completo entre o Aeroporto de Blagnac, em Toulouse, na França, até a sede da Airbus no país. Essa viagem durou 3 horas e foi considerada bem-sucedida. Ja no dia 29 de março, um segundo trajeto foi realizado e o avião foi de Toulouse à Nice, ambas cidades francesas. A Airbus já havia usado compostos químicos a base de óleo de cozinha em outros dois modelos no ano passado, A350 e A319neo.
O composto, chamado “SAF” representa 50% do combustível usado, os outros 50% são querosene. A empresa busca meios de fazer o avião funcionar inteiramente a base de SAF e, com isso, conseguir autorização para testes. O esforço faz parte de um esforço ainda maior, de amplitude global, para reduzir a emissão de gás carbono até 2050.