A sociedade tratou a descoberta do plástico como uma grande revolução há décadas atrás, mas já colhe os frutos dessa revolução agora. O material é um dos mais prejudiciais ao meio ambiente e alvo de diversos alertas e apelos pela redução do uso. No entanto, não existe ainda um substituo a caminho, embora muitos governos já tenham começado a banir seu uso.
O que acontece com o plástico é que não existem mecanismos realmente eficientes para a sua “degradação” no meio ambiente. Isto é, quando descartado de forma errada, esse material permanece por séculos em contato com o meio ambiente. As consequências para isso, conforme levantamentos científicos já revelam, são desastrosas.
Além de contaminar o solo e a água, inclusive se espalhando nos oceanos, os plásticos também oferecem risco a vida de animais. Milhares de animais morrem todo anos por ingerir plásticos, asfixiarem em plástico, serem presos em plástico e assim por diante. A solução para isso, até esse momento, sempre foi a redução do uso de plástico e a conscientização sobre o descarte adequado para a população. No entanto, mesmo essa “solução” sempre esbarrou em dificuldades, como: falta de regulação, falta de fiscalização, falta de legislação, falta de programas eficientes para descarte consciente, falta de programas de reciclagem, etc.
Além disso, os cientistas sempre estiveram diante de um dilema: ainda que o mundo parasse de usar plástico agora, ainda assim toneladas e toneladas de plástico já estão descartados no meio ambiente. Como lidar com esse problema? Pesquisadores da Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida de Viena parecem ter uma boa resposta para essa pergunta. Acontece que um estudo promissor aponta a existência de uma bactéria capaz de quebrar as moléculas do plástico, permitindo que o produto seja descartado de forma ecológica.
A descoberta foi observada pela primeira vez em um abatedouro de bovinos, em Viena. Um líquido retirado do estômago das vacas parecia ser capaz de reagir com plásticos de três tipos: PET (polímero sintético), PBAT (plástico biodegradável) e PEF (material de base biológica).
As descobertas foram publicadas na revista Frontiers in Bioengineering and Biotechnology e geraram uma reação positiva da comunidade científica. Ate esse momento, o líquido em questão sempre foi tratado como lixo e descartado durante o processo de abate de vacas. Assim, trata-se ainda de uma matéria-prima relativamente abundante que pode ser explorada.
Apesar do estágio empolgante que as descobertas se encontram, os próprios pesquisadores envolvidos no estudo ressaltam que é preciso ter paciência. Os estudos estão apenas em seu estágio inicial e muitas análises, testes e exames ainda precisam ser colocados em prática, a fim de chegar em uma fórmula de uso seguro dessa substância.
Ainda assim, mesmo pregando cautela, é impossível negar que a descoberta gera esperança de uma relação melhor e mais ecológica entre plásticos e o meio ambiente. Além disso, também renova as esperanças de que programas e leis que regularizem o uso desse material tragar resultados. Os plásticos são realidade em todo o mundo, de forma geral, e não estão perto de serem banidos.
