Ciências

Cientistas criam leite materno em laboratório pela primeira vez

Historicamente, o ser humano sempre se apropriou de leite de outros mamíferos para complementar sua própria alimentação. É normal vermos leite de vaca ou cabra nos mercados, por exemplo. O ser humano ainda é capaz de produzir leite vegetal e fórmula de leite, os famosos leites em pó.

Por que isso? De forma geral, com o avanço da modernidade, foi se tornando cada vez mais necessário que houvessem alternativas de alimentação. A lactação humana pode durar pelos primeiros anos da criança, mas geralmente as famílias introduzem outros “leites” ao longo desses primeiros anos. Muitas questões culturais também influenciam nesse processo, mas também questões de necessidade.

Famílias adotivas, famílias onde a mãe não sobreviveu ao parto, famílias onde a mãe não produziu leite, são muitos os cenários onde o leite materno pode não estar presente. Nesses casos, é importante que existam soluções e alternativas, daí é possível compreender porque o ser humano faz uso de tantos outros “leites”. Apesar disso, especialistas concordam que o alimento mais indicado e mais completo para crianças, principalmente antes do primeiro ano de vida, é o leite materno.

Daí surgem sistemas de doação de leite, por exemplo, onde mulheres doam a produção excedente para quem precisa. Também existe a doação direta, quando uma mulher se dispõe amamentar o filho de uma parente ou conhecida que, por ventura, não tenha produzido leite. São muitas as formas, mas a ciência parece estar perto de oferecer uma completamente inovadora.

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Acontece que uma empresa dos Estados Unidos anunciou a produção do primeiro leite materno com cultura de células humanas, que eles afirmam ser muito mais nutritivo do que as atuais opções de fórmulas. A BIOMILQ, uma nova empresa com sede na Carolina do Norte, acredita que finalmente resolveu o problema intensamente difícil da síntese do leite materno fora da mama, que antes era muito complexo para ser replicado.

“O leite humano é tremendamente complexo tanto na composição quanto na estrutura, o que tornou impossível sua replicação fora da mãe lactante”, disse a consultora técnica da BIOMILQ, Dra. Jennifer Smilowitz. No entanto, o uso de células mamárias humanas para gerar o leite permite a produção de uma abundância de macronutrientes benéficos que não estão presentes nas opções de fórmulas – e, de acordo com a BIOMILQ, é um processo de produção muito melhor para o meio ambiente do que alternativas.

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Não se trata de um resultado “perfeito”. Mesmo usando células humanas, o leite não é exatamente o mesmo. BIOMILQ corresponde de perto aos macronutrientes do leite materno normal, contendo importantes oligossacarídeos do leite humano e outros ingredientes ativos não encontrados na fórmula.

No entanto, o leite materno é um coquetel único de nutrientes, anticorpos e proteínas que a mãe produz durante a lactação e difere entre cada indivíduo. Não importa o quanto eles tentem, a fórmula e o leite cultivado em laboratório provavelmente nunca irão replicar isso. A empresa é aberta sobre esse fato e afirma que seu leite é uma alternativa brilhante para pessoas que não podem amamentar, em vez de ser um substituto.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]