Cientistas idealizaram uma experiência de unir dois seres de espécies diferentes e mostraram o resultado. Se da primeira vez a experiência se deu entre um porco e um homem, dessa vez o experimento foi entre um homem e uma ovelha.
A primeira tentativa de unir um animal a um homem se deu com um porco. Após ver que a experiência foi bem sucedida, os cientistas quiseram aumentar o seu campo de estudo e análises e resolveram testar a mistura de um homem com uma ovelha.
Essa experiência está sendo possível através da fundição do embrião ovino com células-tronco humanas.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford produziu o último resultado na polêmica prática de crescimento de uma espécie híbrida. Desta vez, a união foi do embrião da ovelha com as células-tronco do homem.
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A experiência com ovelha e homem foi baseada na criação da primeira espécie híbrida, homem e porco, realizada pela Universidade da Califórnia, no ano de 2016. O intuito da pesquisa foi verificar se os órgãos humanos poderiam ou não ser cultivados em outra espécie.
A equipe de Stanford estava explicando a sua escolha pela ovelha, baseado no fato de que o animal possui os órgão com quase o mesmo tamanho dos homens, Portanto, o experimento em vitro seria mais fácil com ovelhas do que com porcos. Uma vez conseguida a união, os órgãos humanos poderiam ser utilizados para transplantes, apresentando, assim, uma solução para a lacuna entre a oferta de demanda e a solicitação de transplantes de órgãos em todo o mundo.
“É evidente que o intuito deste experimento é saber se poderemos utilizar tecnologias de células-tronco e de modificação de genes para gerar novos tecidos e órgãos humanos geneticamente correspondentes e estamos todos confiantes de que conseguiremos êxito com essa nossa experiência” disse o Professor Juan Carlos Izpisua Belmonte no ano passado.
Segundo Belmonte, em especialista em modificação de genes, já pesquisou a provável geração de células e tecidos humanos em porcos e gados, além de ter desenvolvido um pâncreas, coração e olhos de rato num ratinho em desenvolvimento. Essa pesquisa foi publicada na revista Cell no ano passado.
Até o presente momento, não há nenhum documento publicado detalhando o último experimento da equipe de Stanford. O trabalho só foi discutido numa única apresentação, na reunião da Associação para o Avanço da Ciências que aconteceu no Texas, esta semana.
Embora seja algo fascinante, é de se notar que os pesquisadores não produziram uma ovelha completamente desenvolvida, nem o experimento utilizou de células-tronco humanas em grandes quantidades.
Na realidade, apenas 0,01 por cento das células embrião do carneiro eram humanas. Seria necessário estimar um por cento das células-tronco humanas para desenvolver órgãos humanos. Além disso, o porco-humano, que foi o precursor deste experimento, teve seus embriões de ovinos e humanos destruídos cerca de 28 dias depois.
Outro experimento: Órgãos de porco produzido em laboratório
À medida em que as experiências vão avançando, pode-se esperar que diversas pessoas irão falar. Algumas serão contras, outras a favor. Esse estudo poderia ferir a esfera ética, mas não se pode negar os benefícios que poderiam surgir com isso.
Só nos Estados Unidos, 22 pessoas morrem todos os dias esperando da fila dos transplantes. Estimular novas fontes de produção de órgãos seria interessante, ainda mais para aqueles que aguardam um bom tempo nessas filas.