*De a, o espírito, puro pensamento, princípio, a Lei que é Deus,
*caminha para b), num devenir contínuo, movimento feito de energia e vontade,
*para atingir seu último termo (g). A matéria, estrutura, ação, a forma. E, iniciar o seu regresso para a.
1.Ciclo involutivo (espacial): espírito (a) ® energia (b) ® matéria (g) – Movimento descêntrico, a expansão e a exteriorização.
2.Ciclo evolutivo (conceptual): matéria (g) ® energia (b) ® espírito (a) (Ver: A Lei do universo )
3. A letra w (ômega) representa o Universo. A respiração de w é: a ®b ®g ®b ® a
Vosso ciclo poderia definir-se como um físio-dínamo-psiquismo
Movimento concêntrico (ciclo inverso).
[63 – A GRANDE SÍNTESE – A Lei ]
Foi essa imensa respiração do universo, cujo princípio enunciamos, que agora observaremos analiticamente, sobretudo em sua pulsação de retorno, g®b, que vosso mundo está vivendo.
Começaremos por g, a fase matéria, de maior condensação da substância, a fim de atingir a fase b, energia. Examinaremos posteriormente o período b®a, o que mais vos interessa, pois compreende o trajeto de vossas vidas, cujo objetivo e meta é a reconstrução da consciência e a libertação do princípio a, o espírito. Para a, essa suprema realidade do espírito, quero conduzir-vos, não mais pelos caminhos da fé, mas pelas sendas da ciência.
Deus, compreendido como Espírito, a, é o ponto de partida e de chegada do transformismo fenomênico, é a meta do ser.
Depois das descobertas da desintegração do átomo, inexaurível fonte de energia, e de transformação da individualidade química pela explosão atômica, a descoberta da realidade do espírito é a maior descoberta “científica” que vos aguarda e revolucionará o mundo, iniciando uma nova era.
Chegareis, disse-vos, a produzir energia por desintegração atômica, ou seja, a transformar matéria em energia.
(a 1ª edição de “A GRANDE SÍNTESE” é de 1937 [0] )
Conseguireis penetrar com vossa vontade na individualidade atômica, produzindo alterações em seu sistema. Mas lembrai-vos: o triunfo não será apenas o de um método indutivo e experimental, nem trará somente repercussões de ordem material; tampouco significará só vantagens imediatas e práticas, mas será grande problema filosófico que resolvereis e que orientará de maneira totalmente nova vosso espírito científico. Até agora, a humanidade viveu num mundo de matéria. Tínheis o vosso referencial de imobilidade. “Terra autem in aeternum stabit, quia terra autem in aeternum stat” (“A terra, porém, estará parada eternamente, porque a terra está eternamente parada”). A verdade tinha que ser um absoluto. Com a nova civilização mundial que está por surgir, a humanidade viverá agora num mundo dinâmico.
Vossa nova matéria — o ponto sólido em que baseareis vossas construções materiais e conceptuais — será a energia. Vosso elemento será o movimento, e sabereis encontrar nele o próprio equilíbrio estável, que até agora não sabíeis encontrar senão na forma menos evoluída, a matéria. No campo do pensamento, também a verdade será um movimento, um relativo que evolui, uma verdade progressiva, e não o ponto fixo e inerte do absoluto; é a trajetória do ponto que avança, um conceito muito mais vasto e proporcional ao novo grau de progresso que será atingido por vosso pensamento.
Ao enfrentar o problema da desintegração atômica, tende presente outro fato. Ao assaltardes o íntimo equilíbrio do sistema atômico para alterá-lo, vós vos encontrareis diante de uma individuação da matéria fortemente estabilizada durante incontáveis períodos de evolução. Viveis num ponto relativamente velho do universo e vossa Terra representa o período g, não no início, em sua primeira condensação, ainda próxima da energia, mas no fim, ou seja, no princípio de sua fase oposta, a desagregação, o regresso a b.
Estais, assim, diante da matéria que opõe o máximo da resistência, porque está no grau máximo de estabilidade e coesão. Os incomensuráveis períodos de tempo que a trouxeram à sua atual individuação atômica, representam um impulso imenso, uma invencível vontade de continuar existindo na forma adquirida, por um princípio universal de inércia que, na Lei, impõe a continuação de trajetórias iniciadas, constituindo a garantia de estabilidade das formas e dos fenômenos. Lembrai-vos de que estais querendo violar uma individuação da Lei, a qual sempre se manifesta por individuações inconfundíveis, que assumem a mais enérgica e decidida vontade de não deixar-se alterar. Para alcançardes êxito, não violeis a Lei, segui-a. Seguindo a corrente, ser-vos-á fácil o caminho. Em vossa fase de evolução, a Lei vos abre o caminho, através da passagem g®b, e não de b®g. Em outras palavras, o problema da desintegração atômica é solúvel para vós, não nas formas mais longínquas e menos acessíveis da condensação das nebulosas, mas naquelas da desintegração das substâncias radioativas. Os raios a e os raios b e todos os fenômenos relativos ao rádio e aos corpos radioativos, já os tendes espontaneamente debaixo dos olhos. O estudo que faremos da série estequiogenética vos dará um conceito mais exato de tudo isto.
[63 – A GRANDE SÍNTESE – Estudo da fase matéria – A desintegração atômica ]
Quem conhece, aliás, a constituição íntima da matéria tangível? Ela talvez somente seja compacta em relação aos nossos sentidos; prová-lo-ia a facilidade com que a atravessam os fluidos espirituais e os Espíritos, aos quais não oferece maior obstáculo, do que o que os corpos transparentes oferecem à luz.
Tendo por elemento primitivo o fluído cósmico etéreo, à matéria tangível há de ser possível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás impalpável.
Na realidade, a solidificação da matéria não é mais do que um estado transitório do fluido universal, que pode volver ao seu estado primitivo, quando deixam de existir as condições de coesão.
Quem sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é suscetível de adquirir uma espécie de eterização que lhe daria propriedades particulares? Certos fenômenos, que parecem autênticos, tenderiam a fazer supô-lo.
Ainda não conhecemos senão as fronteiras do mundo invisível; o porvir, sem dúvida, nos reserva o conhecimento de novas leis, que nos permitirão compreender o que se nos conserva em mistério.
[38 capítulo XIV página 277 item 6 ]