Ciências

Dormir mais de 6.5 horas por noite aumenta risco de dano cognitivo, diz estudo

Você com certeza já ouviu dizer que dormir é importante para o organismo, certo? O nosso corpo entra em “modo de recuperação” em todas as noites. Quando dormimos, nosso corpo entra em vários processos para reparar pequenos problemas, descansar e renovar uma série de outras coisas. Dormir, no fim das contas, é completamente fundamental. Não é à toa que uma noite mal dormida acarreta tantos problemas para a saúde, especialmente quando são noites seguidas.

O que um grupo de pesquisadores parece ter descoberto é que, se é verdade que noites mal dormidas são prejudiciais, noites dormidas “demais” também são. Quantas horas de sono são necessárias por noite é um assunto que nunca termina de ser discutido. No entanto, existe um senso comum de que são necessárias 8 horas de sono, todas as noites, para alcançar um bom descanso noturno. Agora, por outro lado, um novo estudo parece rebater essa ideia.

Um grupo de pesquisadores do Washington University School of Medicine se dedicou a entender como o sono esta ligado ao comprometimento cognitivo ao longo da vida. Isto é, o quanto o sono pode ser importante para o surgimento de problemas neste âmbito, como alzheimer e demência. O que os pesquisadores descobriram é que mais nem sempre é melhor, no fim das contas. Isto é, dormir muito pode não ser o caminho para uma mente saudável.

O que surpreende em relação ao estudo, na verdade, é o quanto “muito” significa. Isto é, para os pesquisadores, uma noite de sono com mais de 6 horas e meia de duração já é um problema. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram um trabalho de mais de cinco anos de duração. Foram anos de observação para finalmente a análise dos dados.

Para fazer isso, eles observaram 100 adultos mais velhos em seus 70 anos, em média, e os acompanharam por entre quatro e cinco anos. No momento do estudo, 88 pessoas não apresentavam quaisquer sinais de demência, enquanto 12 apresentavam sinais de comprometimento cognitivo (um com demência leve e 11 com o estágio de pré-demência de comprometimento cognitivo leve).

Ao longo do estudo, muitos dados foram coletados e observados. Um dos dados mais importantes foi observado a partir do monitoramento do sono dos indivíduos. Esses dados então foram cruzados com outras informações, a fim de identificar padrões e tirar conclusões. Uma dessas conclusões, que nos trouxe até aqui, é que os idosos que dormiam menos de 4.5 horas, ou mais de 6.5 horas, por noite eram mais propensos a sofrer com declínio cognitivo. Curiosamente, o impacto da duração do sono na função cognitiva foi semelhante ao efeito da idade, que é o maior fator de risco para desenvolver declínio cognitivo.

É claro que tantas informações nos levam a naturalmente perguntar o porquê.  No entanto, a má notícia, é que essa é uma pergunta que ainda não esta prestes a ser respondida. A ciência esta mais próxima de responder o porquê a falta de sono pode interferir no desenvolvimento cognitivo; no entanto, o excesso de sono ainda é um grande mistério, em relação a suas consequências.

Sobre o Autor

Roberta M.

Gosto de escrever sobre diversos assuntos, principalmente curiosidades e tecnologia. Contato: [email protected]