Ciências

Medicamento para refluxo pode duplicar o risco de câncer de estômago

Um estudo apontou que o uso frequente de medicamentos para refluxo e gastrite pode elevar o risco de câncer. Saiba mais!

O uso prolongado de fármacos comumente indicados para tratar o refluxo está associado a um risco maior de desenvolvimento de câncer de estomago. Segundo um estudo feito pela UCL e pela Universidade de Hong Kong, este tipo de medicamento duplica a chance de desenvolver a doença.

O estudo, publicado online, descobriu que o risco aumentou em relação à dose e à duração do tratamento com estes remédios. Vale lembrar que a presença da bactéria Helicobacter pylori é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de estômago.

A eliminação dessa bactéria do intestino reduz significativamente o risco de desenvolver câncer, mas uma proporção substancial das pessoas tratadas com sucesso continua a desenvolver a doença, que é hoje a terceira principal causa de morte por câncer no mundo.

Comprimidos para refluxo estomacal, Refluxo gástrico e acidez

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“Os medicamentos são um tratamento importante da infecção por Helicobacter pylori e possuem bons registros de segurança para uso a curto prazo. No entanto, o uso desnecessário a longo prazo deve ser evitado”, explicou o co-autor do estudo, Professor Ian Wong, da UCL School of Pharmacy.

Outras pesquisas recentes relacionaram o uso a longo prazo destes medicamentos com vários efeitos indesejáveis, incluindo pneumonia, ataque cardíaco e fratura óssea.

Como este estudo foi observacional, nenhuma conclusão firme pode ser extraída sobre causa e efeito. Embora os medicamentos inibidores sejam considerados seguros, os pesquisadores pedem aos médicos que tenham cuidado quando prescreverem a medicação a longo prazo. “Em 2015, os médicos da Inglaterra emitiram 56 milhões de prescrições para esses medicamentos”, disse o professor Wong.

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A pesquisa publicada anteriormente encontrou uma associação entre o uso de remédios para refluxo e o aumento do risco de câncer de estômago, mas não conseguiu influenciar o papel potencial da bactéria nesse resultado. Por isso, os pesquisadores compararam o uso destes remédios com outro tipo de medicamento utilizado para amenizar a produção de ácido, chamado de antagonista dos receptores H2 da histamina (bloqueadores de H2).

Os pacientes foram monitorados em média por 7,5 anos, até a fase em que desenvolveram câncer de estômago, morreram ou o estudo foi concluído. Durante a realização da pesquisa, 3271 pessoas (5% dos participantes) tomaram os remédios inibidores por quase três anos, enquanto 21.729 pessoas tomaram bloqueadores de H2.

Ao todo, 153 pessoas (0,24%) desenvolveram câncer de estômago, e todas tinham gastrite de longa data, que é a inflamação do revestimento do estômago. Com este resultado, o uso de medicamentos para refluxo foi associado a mais do que duplicar o risco de desenvolver este câncer, enquanto o uso de bloqueadores de H2 não foi associado a um risco aumentado.

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