O interesse do ser humano pelo espaço não é exatamente um tópico novo. Muito pelo contrário, na verdade, esse é um assunto que permeia a humanidade desde os primórdios das civilizações. O simples olhar para cima já desperta perguntas sobre o que existe além do espaço. Se o interesse no espaço não é novo, os estudos sobre ele, relativamente, são. E é exatamente nesse aspecto que uma ideia nova tem chamado a atenção.
Você com certeza já viu algo sobre viagens interestelares, ainda que apenas em filmes de Hollywood. Essas viagens desafiaram a humanidade desde o aspecto tecnológico, até o aspecto temporal. Estudiosos acreditam que esse tipo de viagem pode levar até milhares de anos – algo que o ser humano não tem. Por conta disso, é difícil pensar em uma missão que contasse com tripulantes humanos. Exatamente por conta disso, chegou-se a estudar a possibilidade de usar naves não tripuladas.
No entanto, novos estudos apontam que essa pode não ser uma opção tão eficiente já que naves tripuladas poderiam ser mais eficazes. O que parecia um contratempo, no entanto, pode não ser tão desanimador assim. Um novo estudo sugere que os tripulantes podem não necessariamente serem humanos e a proposta é que tem chamado a atenção da comunidade científica.
Vamos esclarecer algumas coisas. A proposta é que sondas sejam enviadas ao espaço e cruzem a constelação do sol, chegando a Centauri – que é a estrela mais próxima da bola de fogo. Para que essa missão leve cerca de 25 anos, e não milhares deles, a ideia é que essas sondas sejam minúsculas, pesando não mais que 1 grama, e sejam tripuladas por Tardígrados.
A presença de uma forma de vida dentro da “nave” é importante porque os cientistas vão obter informações da atmosfera através dela, da análise dos efeitos sobre ela. Conforme relatado à revista Acta Astronautica, missões em potencial exigiriam organismos que são tolerantes à radiação e podem entrar em estase. Dois desses animais são tardígrados e C. elegans, um tipo de verme frequentemente usado em pesquisas científicas. Ambos os candidatos já experimentaram o espaço, em experimentos dentro e fora da Estação Espacial Internacional.
É claro que a proposta, por mais impressionante e empolgante que pareça, tem levantado certas polêmicas. Para começar, por exemplo, existe uma discussão ética sobre quais as repercussões de se enviar formas de vida terrestres para outras constelações. Existe, por exemplo, o receio de que uma nave terráquea possa ser capaz de contaminar a atmosfera de outras constelações. Neste caso, em particular, por conta do tamanho minúsculo da nave, essa é uma discussão que não chega a gerar tantas repercussões.
Ainda assim, é seguro dizer que ainda estamos longe (muito longe) de enviar um ser humano em viagem interestelar. Por mais empolgante que o tema seja, por hora, vamos ter que nos contentar com a possibilidade de enviar tardígrados ao espaço e torcer que eles sejam capazes de coletar informações suficientes para novas pesquisas – e aí sim, quem sabe, chegar a enviar um ser humano, daqui a algumas dezenas de anos.