Uma pesquisa recente mostrou que uma dieta pobre, a obesidade e longos períodos em frente à tela do smartphone e de outros dispositivos podem interferir na qualidade do sono das crianças. O estudo sugere que um estilo de vida pouco saudável gera problemas para o sono infantil.
O novo estudo foi realizado com mais de 177.000 estudantes, tanto crianças quanto adolescentes. Os resultados mostram que o sono insuficiente está diretamente associado aos hábitos alimentares pouco saudáveis, como, por exemplo, ao fato de pular o café da manhã, consumir fast food e comer doces regularmente.
De acordo com a pesquisa, cerca de 40% das crianças em idade escolar dormiam menos do que o recomendado. O autor do estudo, Labros Sidossis, PhD e professor e presidente do Departamento de Cinesiologia e Saúde da Universidade Rutgers, localizada em New Brunswick, New Jersey, afirmou que os resultados foram constatados em crianças de ambos os sexos.
O estudo foi publicado na edição de 15 de outubro do Journal of Clinical Sleep Medicine. Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, crianças de 6 a 12 anos de idade devem dormir de nove a 12 horas por noite para terem a saúde ideal. Já adolescentes de 13 a 18 anos devem dormir de oito a dez horas.
Os hábitos alimentares, a prática de atividade física e o perfil sedentário foram avaliados por meio de questionários eletrônicos preenchidos nas escolas. As crianças que relataram que estavam dormindo menos de nove horas e os adolescentes que dormiam menos de oito horas foram classificados como tendo sono insuficiente.
Segundo os responsáveis pelo estudo, “melhores hábitos de sono foram associados a melhores níveis de condicionamento aeróbico e também de energia durante o dia”. Os autores observaram que os resultados apoiam o desenvolvimento de intervenções para ajudar os alunos a melhorarem a duração do sono.
Os dados que foram analisados neste estudo foram derivados de um questionário de saúde realizado na primavera de 2015, com 177.091 crianças com idades entre os 8 e os 17 anos. Os hábitos alimentares, as horas de sono nos dias da semana e fins de semana, a prática de atividade física e o período sedentário de cada criança foram avaliados por meio de questionários eletrônicos, com a assistência de professores.
Vale reforçar que, nas crianças, a duração do sono é um fator importante e que contribui para a regulação dos processos hormonais e metabólicos. A falta de sono pode afetar a saúde física e mental de crianças e adolescentes, levando, até mesmo, a vários fatores de risco cardiometabólico, como dislipidemia, homeostase da glicose e aumento da pressão arterial.
Outro dado levantado pelos pesquisadores, e também bastante preocupante, foi o grande aumento dos casos de crianças obesas no último meio século. Hoje, a prevalência dos níveis de obesidade na infância já alcançou números alarmantes.
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